Preciosidade do repertório da premiada companhia paulista Circo de Bonecos, o espetáculo CIRCUS – A Nova Tournée – Prêmio APCA 2000 de Melhor Espetáculo de Animação, não se restringe somente ao público infantil. O roteiro foi construído para envolver também os adultos. A intenção é simples: divertir com talento!

Na montagem a palavra é substituída pelo gesto do clown e pela trilha musical circense. Os bonecos são encantadores e o trabalho de manipulação seguro e preciso de Claudio Saltini e Teka Queiroz, faz com que os bonecos ganhem vida própria.

O espetáculo é uma piada só, mas irresistível. No picadeiro de um cirquinho mambembe, dois saltimbancos apresentam números circenses inusitados! Não há como manter distância dos ovos equilibristas, das minhocas trapezistas, do árabe e seu dromedário abusado, da ousada mosca dançarina, das trapalhadas do Homem Bala e o famélico faquir.

O humor sutil e elaborado acontece através de uma sequencia de quadros curtos e deliciosos onde nada dá certo: o homem bala fica entalado no canhão, o dromedário foge do controle de domador, a mosca tenta improvisar um strip-tease, o faquir é um fiasco… Circus A Nova Tournée é tão mágico quanto uma tarde no circo!

CIRCUS – A Nova Tournée é uma singela homenagem ao universo circense recheado de tiradas espertas. Pode não ser o maior espetáculo da Terra… Mas, é certamente um dos mais engraçados!

FICHA TÉCNICA

CRIAÇÃO E ROTEIRO:

Claudio Saltini

Marco Lima

Eduardo Amos

DIREÇÃO ORIGINAL:

Eduardo Amos

DIREÇÃO DA ADAPTAÇÃO:

Claudio Saltini

ELENCO:

Cláudio Saltini

Teka Queiroz

BONECOS E ADEREÇOS:

Marco Lima

CENÁRIO:

Cláudio Saltini

TRILHA SONORA:

Marco Lima/Claudio Saltini

DURAÇÃO:

46 minutos

FAIXA ETÁRIA RECOMENDADA:

Livre – a partir de 4 anos

TEMA:

Objetos em esqueces circenses

CONTEÚDO:

Teatro de bonecos

GÊNERO:

Comédia

MODALIDADE:

Teatro infantil

 

TRAILER

 

HISTÓRICO

O espetáculo CIRCUS – A Nova Tournée foi criado pela Companhia A Cidade Muda por Claudio Saltini, Eduardo Amos e Marco Lima. A Cidade Muda desempenhou um importante papel no desenvolvimento e na difusão do Teatro de Bonecos na cidade de São Paulo, nos anos 80 e 90. Em 2000, o espetáculo foi adaptado para ser encenado por Claudio Saltini e Teka Queiroz que mantiveram o encantamento do espetáculo original. Circus A Nova Tournée deu inicio a trajetória da Cia. Circo de Bonecos que continuou a explorar o trabalho experimental e plástico característicos de A Cidade Muda.

ESTREIA:

1999 – Teatro Alfa Sala B

TEMPORADAS:

2002 – Teatro Folha Cacilda Becker

2002 – Teatro Leblon

2003 – Teatro Folha

2006 – Teatro Tim

2007 – Sesc Pompéia

2007 – Teatro Jardim São Paulo

2011 – Teatro Alfa

PRÊMIO:

APCA – Melhor Espetáculo de Animação – 2000

CRÍTICAS

Dib Carneiro Neto
Site: Pecinha é a Vovozinha

A premiada companhia paulista Circo de Bonecos, capitaneada pelo casal Claudio Saltini e Teka Queiroz, de Salto, brindou o público de Rio Preto com essa pérola de seu repertório. Chegaram de última hora, recrutados para cobrir a lacuna surgida na programação (uma das companhias selecionadas apresentou um caso de covid em seu elenco), e deram um show de profissionalismo e talento, como, aliás, sempre fazem.

 É um espetáculo já bastante encenado pelo Brasil e até pelo mundo, eu mesmo já vi algumas vezes, mas a sessão em Rio Preto, diga-se, teve um frescor de primeira viagem, como se Claudio e Teka tivessem mudado várias coisas, acrescentado novas cenas. Nada disso. Tudo já fazia parte das versões anteriores de Circus, como eles me disseram, atestando assim que teatro bom tem essa força de nunca envelhecer, nunca parecer desgastado.

 Que prazer foi ver Claudio e Teka em cena, manipulando os criativos bonecos com garra e delicadeza, encantando a plateia com seus gestuais e expressões faciais extremamente carismáticos e precisos. Clowns de alto nível.

 Dividido em esquetes (Os Ovos, As Minhocas, O Dromedário, A Mosca, O Homem Bala, O Faquir e O Mágico), Circus tem ritmo, fluência, graça. É um convite explícito à imaginação. Digo explícito porque o tempo todo os “truques” são revelados, são mostrados ao público e, ainda assim, todos nós acreditamos na fantasia. Isso, para a formação de uma criança, é precioso demais. Ela está vendo que é teatro, que há fios e varetas sustentando os bonecos em seus números circenses, mas isso não atrapalha em nada a fé que essa criança tem no poder do fantasioso. Circus emociona por essa lufada de esperança, despejada em todos nós na era trágica da pandemia.

Dib Carneiro Neto
(Caderno 2 – 14/07/2000)

Circus A Nova Tournée: irresistível

Uma das companhias de teatro de animação mais importantes de São Paulo, a Cidade Muda está de volta com Circus – A Nova Tournée. A primeira versão estreou em 1995 e encantou o público. Agora, novas atrações e truques fazem do espetáculo um dos melhores da temporada.

Os bonecos continuam encantadores, juntando graça, humor, caricatura, magia e mistério. O número de strip-tease da mosca faz a plateia delirar e a cena final, em que aparece uma bandeira com a palavra fim, é de uma singeleza empolgante. Dá vontade de reunir tudo o que está no palco e levar para casa.

Um charme adicional é a opção pelos chamados entreatos, em que os atores-manipuladores surgem na boca de cena para anunciar a próxima atração. Ë um recurso que dá agilidade e mas graça ao que poderia resultar maçante se fosse só uma sucessão de bonecos imitando números circenses. Os atores-manipuladores dão um show de picadeiros sem picadeiro. São clowns de carne e osso, num desfile de bonecos inesquecíveis.

O Globo
(Segundo Caderno – 17/03/2002)

A magia dos bonecos em cena

Quem gosta de teatro de bonecos não pode perder espetáculo “Circus – A Nova Tournée”. O espetáculo, que recebeu em 2000 o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte de melhor espetáculo de Animação, é uma produção do grupo paulista A Cidade Muda, e fica em cartaz no Rio até o fim de maio.

Em cena, os bonecos fazem malabarismos e truques inacreditáveis, que deixam crianças e adultos boquiabertos. Um dos números mais aplaudidos de espetáculo é o das minhocas contorcionistas, realizado com manipulação aparente, mas não totalmente explicita. A mosca dançarina, que jamais consegue terminar seu número de strip-tease, também é um sucesso.

Os atores-manipuladores Claudio Saltini e Teka Queiroz não usam palavras para contar suas histórias. Elas são substituídas pela trilha sonora de Marco Lima e pelo primoroso trabalho corporal dos atores, que pode ser apreciado nos entreatos, quando interagem com a plateia. A magia dos 45 minutos de Circus, a Nova Tournée, encanta os pequenos e deixa os adultos com gostinho de quero mais.

Cássio Pires
(FESTEC – 23/09/09)

Tudo começa com dois clowns de cara limpa. Eles tentam mostra-se hábeis dançarinos, atiradores de facas e equilibristas de copos. Nada funciona. Está dada a medida do que vermos quando se abrirem as cortinas do pequeno palco colocado sobre o palco de teatro: todos os números de Circus, a Nova Tournée estão condenados a uma série divertidíssima de fracassos.

A dupla clownesca que dá vida aos bonecos, Claudio Saltini e Teka Queiroz, mostra, sem propagandear sua habilidade, um grande domínio de um sem-número de técnicas de manipulação de formas animadas; da mesma forma, são excelentes nas relações que estabelecem com a plateia e com suas próprias criaturas.

Números clássicos do circo são recriados ora por personagens conhecidos, ora por figuras inusitadas. Se o mágico e o palhaço são figuras obrigatórias, nos surpreenderá saber que uma mosca dançarina, uma família de ovos equilibristas e duas minhocas trapezistas estão entre os seus companheiros de palco. Todos carismáticos, todos capazes de manterem crianças e adultos atentos do início ao fim dessa peculiar jornada circense.

Feita de ovos, animais e palhaços, essa peça, de alguma forma, fala sobre um inventário de assombros e paixões que nos acompanham enquanto estamos (e quando não estamos?) diante da necessidade de cumprir alguma meta. Na jocosa representação do erro, em um espetáculo tecnicamente exemplar, há uma delicada reflexão sobre a condição humana.