A história conta a vida de Lolo, um sujeito muito criativo e inteligente que nasceu há muito tempo, na pré-história. Casou-se com Brisa e juntos tiveram um filho: Finfo Barnabé. Eles eram muito felizes… mas nem tanto!

Moravam numa caverna, um lugar úmido e escuro. Então, a família Barnabé começou a inventar um monte de coisas para o conforto e a felicidade de suas vidas. Afinal, conforto é bom demais!

Nessa busca pelo conforto algo saiu errado: o excesso de invenções e a falta de tempo trouxeram problemas para os Barnabés. E assim, viveram cada vez mais infelizes… Mas como eram pessoas muito inteligentes e criativas, acabaram inventando um jeito de reencontrar a felicidade.

O aumento populacional e o consumo desenfreado há tempos vem gerando problemas que se tornam cada vez mais críticos. Esse contexto faz parte de um sistema que necessita ser repensado para uma mudança urgente e global. Lolo Barnabé, uma adaptação livre do livro Lolo Barnabé de Eva Furnari, abre o debate sobre o consumo consciente.

O cenário do espetáculo foi criado com caixas de madeira que se transformam em todas as coisas: esta sutileza cenográfica associada ao jogo clownesco dos personagens contribui para aprofundar o tema que o livro propõe.

Lolo Barnabé é uma dessas raras histórias que diverte ao mesmo tempo em que faz pensar. Durante todo o espetáculo a plateia se diverte com as “invenções” dessa família e no final se emociona com o desfecho poético da história.

Em um momento em que a palavra de ordem é sustentabilidade, levar adiante a mensagem do Lolo Barnabé é de fundamental importância para adultos e crianças refletirem juntos sobre o distanciamento que o mundo moderno e consumista está provocando entre as pessoas.

Hoje, mais do que nunca, é “preciso pensar com o coração”. Por isso, Lolo Barnabé.

FICHA TÉCNICA

ADAPTAÇÃO:

Claudio Saltini

DIREÇÃO:

Cláudio Saltini

ELENCO:

Claudio Saltini

Lara Prado Martins

Rodrigo Nasser

CENÁRIO:

Claudio Saltini

TRILHA SONORA:

Claudio Saltini

DURAÇÃO:

50 minutos

FAIXA ETÁRIA RECOMENDADA:

  • Livre – a partir de 4 anos

TEMA:

Sustentabilidade e consumo consciente

CONTEÚDO:

Espetáculo Clownesco

GÊNERO:

Comédia

MODALIDADE:

Teatro infantil

 

TRAILER

 

HISTÓRICO

Adaptar um livro para o teatro não é uma tarefa fácil. A Cia Circo de Bonecos demorou muito tempo, testando diversas ideias: o Lolo Barnabé já foi montado duas vezes com bonecos, mas agora ganhou uma nova versão com clowns (palhaços) e cenário feitos de caixas de madeira. Esta nova versão estreou em 10 de abril de 2011, no Auditório do SESC Vila Mariana e representa a incansável busca da Cia Circo de Bonecos por um espetáculo envolvente e divertido.

ESTREIA:

2003 – Teatro Folha

TEMPORADAS:

2003 – Teatro Alfa

2003 – SESC Vila Mariana

2004 – SESC Belenzinho

REESTREIA:

2011 – SESC Vila Mariana

 

CRÍTICAS

26o FENATIB (2024)
DIB CARNEIRO NETO

A passagem da Cia. Circo de Bonecos, de Salto (SP), pelo Fenatib é sempre uma festa, um casamento simbiótico entre artistas e plateia, graças ao talento do experiente grupo para a mistura de palhaçaria com teatro de animação. Não foi diferente neste ano, com Lolo Barnabé, uma adaptação muito livre e feliz da obra consagrada de Eva Furnari. Um espetáculo escolhido a dedo para ilustrar tudo o que foi conversado no Seminário promovido pelo festival em seus primeiros dias, com especialistas refletindo sobre a relação entre literatura e dramaturgia.

O tema do livro e da peça são os efeitos do consumo desenfreado. Uma família do tempo das cavernas sente falta de conforto e pragmatismo dentro de casa e o pai, conforme os séculos avançam, começa a inventar tudo o que hoje faz parte de nosso cotidiano: da casa às roupas, dos móveis aos eletrodomésticos. Aos poucos, a vida da família vai se preenchendo de coisas, coisas e mais coisas – e perdendo seu espaço de lazer, convivência e afeto. Ou seja, a trama chega ao que é a nossa vida atualmente. Muito consumo, muita tecnologia, mas pouco tempo para um estar verdadeiramente junto do outro. É hora de adotar o consumo consciente e a praticar a sustentabilidade – um recado ultra necessário, que a peça transmite com humor inteligentíssimo.

O acerto da adaptação e da direção de Claudio Saltini, desta vez sem nenhum boneco em cena, é justamente o fato de que nada disso – esse tema tão importante! – nada aparece de forma discursiva, militante, chata e cansativa. O palhaço que ele é – carismático, empático, virtuoso, preciso – mais uma vez marca presença no palco, com a sua generosidade costumeira: Saltini deixa espaço para seus parceiros do elenco também brilharem. Nesta feliz montagem, quem está com ele é parte da Damião & Cia., de Campinas: os atores e palhaços Lara Prado Martins e Rodrigo Nasser. Harmonia e foco em cena fazem do trio um elenco e tanto.

Necessário mencionar obrigatoriamente a força de uma escolha: a cenografia feita de caixas, dezenas de caixas de madeira, de diferentes tamanhos. Elas vão sendo manipuladas de acordo com os rumos das invencionices do protagonista. Acertada prática de teatro de objetos. Faz o público exercitar a imaginação e realmente acreditar que estão vendo outras coisas, não apenas as caixas. Acho perspicaz que não basta inventar o travesseiro. Com ele, inventa-se também a guerra de travesseiros. Quem nunca? E não basta inventar o controle remoto. Inventa-se em seguida a disputa por ele nas famílias, diante das TVs. Por fim, não vou revelar, mas há uma sacada muito bem pensada para marcar a mudança na rotina da família, a partir do excesso de consumo. É algo relacionado ao nariz de palhaço. Tocante e muito emocionante. Um exemplo perfeito e bem realizado de como uma imagem, um gesto, uma ação valem muito mais do que terminar uma peça com pregações verbais, morais da história e mensagens vomitadas no colo das crianças.

 

GUIA DA FOLHA DE S. PAULO
VEJA SÃO PAULO

O que a imprensa diz sobre Lolo Barnabé

Kátia Calsavara (Guia da Folha – De 14 a 20 de fevereiro de 2003)

Grupo acerta na estreia

Há espetáculos em que as pessoas saem da plateia com um sorriso no rosto. É justamente o caso de “Lolo Barnabé”, com texto de Eva Furnari. A peça marca a estreia da recém montada companhia Circo de Bonecos, que reúne a experiência de ex-integrantes dos grupos A Cidade Muda e XPTO.

Dois bons motivos já explicam o acerto da peça: bom enredo aliado ao cenário e a manipulação dos bonecos, ambos impecáveis.

O espetáculo narra a história de Lolo Barnabé, sua mulher, Brisa e o filho do casal, Finfo. Os três vivem felizes em uma caverna até o dia em que resolvem mudar para um lugar menos úmido, uma casa no topo de uma montanha.

Brisa passa a querer móveis, roupas novas, chuveiro, eletrodomésticos. Enquanto isso, Lolo trabalha exaustivamente em sua oficina.

A frase “Agora estamos felizes, mas nem tanto”, repetida pelos bonecos-atores, cai na boca das crianças, que a repetem, aos risos. A mistura beleza-simplicidade-encantamento resulta, na medida certa, em um presente aos espectadores.

Silvana Azevedo (Veja São Paulo – 12/02/2003)

Família das cavernas

Milhões de anos atrás, quando os dinossauros ainda dominavam o planeta, Lolo e sua família levavam uma vida alegre, porém sem grandes surpresas nem conforto. Daí passaram a usar a criatividade. Reformam a caverna, inventam banheiro, armário, telefone, televisão…Representado por bonecos de espuma e fantoches de pano, Lolo Barnabé reúne três craques da arte bonequeira. Ao lado de Sidnei Caria, que também atua como narrador, Anie Welter e Claudio Saltini dão vida a personagens capazes de encantar crianças em idade pré-escolar.