O espetáculo Circo de Bonecos conta a história de dois amigos que decidem brincar de circo na sala de visita, recriando o mundo maravilhoso do circo dentro do universo das fantasias e brincadeiras infantis. Basta brincar para tudo virar um circo!

Em Circo de Bonecos, num ritmo rápido e contagiante, as brincadeiras e atividades infantis se transformam em números circenses e os números tradicionais e grandiosos do circo, dão lugar à divertidas e emocionantes trapalhadas entre os dois amigos. Assim, o tradicional pega-pega vira, sem querer, um número acrobático, o esconde-esconde em mágica de desaparecer e um patinho de pelúcia arrisca um grande salto num vaso de flores… Circo de Bonecos mostra que através imagens poéticas, pantomimas e surpreendentes bonecos, a magia do circo pode estar contida no ato simples de brincar!

A provocação do espetáculo Circo de Bonecos está no resgate reparador das brincadeiras infantis, no brincar desinteressado entre pais e filhos, irmãos e amigos. O espetáculo fala sobre o encontro, entre dois amigos, possível através do ato de brincar. O jogo lúdico resgata o estar junto com o outro garantindo a construção de uma relação mais amorosa, ética e verdadeira.

No pano de fundo, com muito humor, o Circo de Bonecos abre a discussão sobre questões importantes: o brincar é elemento essencial na apropriação da cultura e na atribuição de novos significados a ela. “Jogos ou atividades lúdicas têm sido aplicadas nas instancias educacionais, evidenciando a consolidação de uma pedagogia pelo jogo, entendendo a criança como protagonista deste processo e a sociedade como sua interlocutora nessa troca de experiências.” (Tizuko M Kishimoto, Jogos tradicionais infantis: o jogo a criança e a educação, 2 ed. Petrópolis: Vozes, 1995).

Circo de Bonecos é um espetáculo criado para divertir e emocionar toda a família, exatamente, como uma tarde no circo!

FICHA TÉCNICA

ROTEIRO:

Claudio Saltini

DIREÇÃO:

Teka Queiroz

ELENCO:

Claudio Saltini

Sandro Gattone

Nilton Marques

FIGURINOS/CENÁRIO E BONECOS:

Claudio Saltini

TRILHA SONORA:

Claudio Saltini

DURAÇÃO:

50 minutos

FAIXA ETÁRIA RECOMENDADA:

  • Livre – a partir de 3 anos

TEMA:

Brincadeiras infantis

CONTEÚDO:

Teatro de bonecos e esquetes circences

GÊNERO:

Comédia

MODALIDADE:

Teatro infantil

 

TRAILER

 

HISTÓRICO

ESTREIA:

2008 – Teatro Alfa – Sala B

TEMPORADAS:

2009 – Teatro Folha

2009 – Teatro Tim de Campinas

2009 – Teatro Municipal Dona Zenaide – Jaguariúna/SP

2010 – Teatro Cleyde Yáconis

2011 – Sesc Vila Mariana

2011 – Sesc Pompéia

 

CRÍTICAS

GUIA DA FOLHA DE S. PAULO
VEJA SÃO PAULO

O que a imprensa diz sobre Circo de Bonecos

Dib Carneiro Neto (Caderno 2 – O Estado de S. Paulo)

Peças Nota Dez para o Final de Semana do Dia das Crianças

Sabe daquelas peças em que a família pode ir inteira, com garantia de todos, do vovô ao netinho, vão gostar muito? Esta é assim. Deliciosa como comédia, criativa na linguagem, atraente no visual, alto-astral na trilha sonora, competente nas interpretações. Tudo dá certo em mais uma produção da Cia Circo de Bonecos. A sala vira circo!

Kil Abreu (FENTEPP – 27/08/2010)

Tão bom quanto no circo!

Circo de Bonecos, pela companhia de mesmo nome, é espetáculo que reafirma uma trajetória que o grupo de Salto (SP) viu ser reconhecida, premiada e, melhor, acolhida por crianças e adultos. Neste trabalho é possível ver o porquê.

O que primeiro chama a atenção na dupla Claudio Saltini e Raniere Guerra é a maneira especial como eles se relacionam com as crianças, de igual para igual, sem que com isso seja preciso infantilizar-se a si mesmos e sem desprezar, na outra via, a inteligência mobilizadora do imaginário infantil. Com o perdão pelo clichê, é mesmo como se colocassem em jogo os garotos que estão neles, desarmados e prontos para provocar e serem provocados. Um exercício de invenção que segue despretensioso como o são aqueles momentos de um descompromisso que quando movido na paixão concreta pelo momento aqui e agora é sempre transformador.

Por isso as crianças sem infância, estas de quem o espaço da fantasia e da fabulação livres foi roubado, sofrem esta dupla violência, a de ter uma passagem importante da vida pautada pela contingência do sobreviver e por não poderem estar totalmente entregues a este lugar permitido de criação sem amarras que tendemos a domesticar lá na frente. Pode-se dizer que este Circo de Bonecos é este espaço, a partir de um convite simples como aquele que uma criança faz a outra quando quer brincar. Lembra-se um tema e daí em diante tudo cabe.

Mas, é claro, se para a criança a representação deste brinquedo reconhecido e desejado soa natural, ele terá sido fruto de trabalho duro para a equipe de criadores. É preciso desdobrar aquele tema, como de fato o faz a diretora Teka Queiroz, em uma sequência de acontecimentos que, por planejado, não pode nem soar excessivamente esquemático nem falsamente espontâneo. Há uma medida de sedução, e é esta medida que o espetáculo vai tentar alcançar.

Aqui entra a experiência do grupo. É excelente o domínio dos atores tanto ao criar os artifícios para fazer da montagem um espaço verdadeiro e convidativo quanto também para tirar dele o desenho de esquema, de uma maneira que as cenas fluem como se fossem acidentais umas em relação às outras. Isto se dá sem grandes efeitos, em um ilusionismo cativante porque feito em truques que nunca têm um grau de dificuldade inalcançável. É como se, mesmo nos momentos intrigantes em que não sabemos como isto ou aquilo se dá (mãos que correm para além do alcance dos braços, um personagem que entra em uma caixa e aparece depois atrás do sofá), mesmo aí é como se o jogo pudesse ser jogado por todos.

Outra demonstração de domínio da dupla acontece nas mudanças de ritmo do espetáculo. Com mediações simples e já tendo a platéia como parceira eles conseguem levar a todos, de um momento de deliberado tumulto trapalhão a outro, em que uma folha de jornal é animada e logo é um pássaro que voa, com a platéia a esta altura já enternecida.

O espetáculo se firma de mãos dadas com seu público de garotos e garotas. Seria lindo se esta parceria, e outras parecidas com a do Circo de bonecos, pudesse ser estendida Brasil afora, incluindo outros meninos e meninas que certamente se animariam em participar de uma brincadeira com esta qualidade.

Elena Galante (Veja São Paulo – 17/12/2008)

A Cia Circo de Bonecos usou o próprio nome para batizar a nova peça. O ponto de partida é a brincadeira de dois amigos em uma sala de estar. Atrás do sofá ou em cima do aparador, eles inventam números de mágica e acrobacia. Fofinhos, um elefante de duas pernas e um hipopótamos fêmea cor de rosa surgem em balés insólitos. Dirigida por Teka Queiroz, a dupla não tem medo de misturar cenas agitadas a passagens mais poéticas. O lento voo de um pássaro feito de jornal, por exemplo, deixa a platéia boquiaberta.

Rogério Guarapiran (Autor e Crítico Teatral)

A utilização do universo do circo no teatro é muito recorrente para encantar crianças pela sua diversidade de números capazes de provocar no espírito do “respeitável público” um percurso de sensações e impressões. A Cia Circo de Bonecos monta seu espetáculo às correspondências com a dramaturgia circense e mobiliza seu repertório diversificado de manipulação e fabricação de bonecos para encantar e eletrizar as crianças e adultos.

Numa sala de casa, duas crianças brincam de circo e disputam a função prestigiosa de apresentador. Do argumento simples e que tem tudo para se tornar frágil o que garante a atenção, concentração e instiga a imaginação do público é o conjunto disperso, porém, articulado dos elementos em todo espetáculo. O jogo contrapontístico dos atores Cláudio Saltini e Rani Guerra que utilizam vários recursos teatrais de boca de cena como seus corre-corres de perseguições, entra-e-sai, esconde-esconde, lembram a lógica encantatória do desenho animado. As aparições fantásticas dos diversos bonecos e tipos de manipulações provocam a transformação total da cena: luzes e música se movem juntos para estabelecer uma forma-momento que logo se desmancha, mas deixa uma sensação de percurso na memória da criança.

Existe uma fórmula da Cia de Bonecos que se repete, principalmente em comparação com seu espetáculo anterior “Guarda-Zool” no seu ritmo de entrada e saídas dos atores e bonecos, e aparições do universo marinho. Mas esse recurso imagético está no repertório da Cia, foi conquistado por eles, e ainda não se esgotou, porque encanta e tem poética.

Com seu maior e talvez único compromisso dentro do espetáculo que é com o brincar, a Cia de Bonecos alia o entretenimento ligeiro das confusões armadas numa sala pela dupla, atrações de bonecos muito bem animados e divertidos com o cuidado de traçar imagens que se completarão na imaginação de cada criança, apostando na efemeridade dessas imagens, sem apego aos passageiros momentos.