Circo de Coisas é um circo onde os artistas são os objetos! Sem maquiagem ou adereços um pregador de roupas é o Equilibrista na corda bamba!  Uma rolha de champanhe é o Homem Bala voador. O Homem mais Forte do Mundo, um macaco hidráulico. Ovos são acrobatas. Um processador de alimentos é o Mágico!

Circo de Coisas conta a história de dois clowns que chegam no palco para montar e apresentar um pequeno circo de coisas. Um espetáculo para “fazer rir” toda a família, ao mesmo tempo, em que resgata algo que não deveríamos ter perdido: a nossa capacidade de imaginar e ver o mundo de outra forma.

A pesquisa para criar o espetáculo Circo de Coisas, buscou retirar os rótulos dos objetos, e assim perceber que cada objeto escondia uma história, um desafio, uma vocação diferente daquela que os rótulos lhes convencionavam. A compreensão da identidade do personagem acontece sem adereços através da manipulação dos atores e, também, pela própria aparência do objeto, que simbolicamente remete ao protagonista.

Os clowns manipuladores se colocam sempre em risco, sem máscaras, para que o trabalho se torne vivo e pulsante.  As emoções dos seus personagens se misturam com as deles próprios.  Essa comunhão é que dá vitalidade à cena e atraí a atenção do espectador.

O Circo de Coisas é uma “poesia dos objetos”: cada objeto não é só o que parece ser, ele pode ser um monte de coisas!  Assim como faz uma criança quando brinca de faz-de-conta.  Como disse Antoine de Sant – Exupéry: “O significado das coisas não reside nas próprias coisas, mas na nossa atitude relativamente a elas.

FICHA TÉCNICA

DIREÇÃO/ROTEIRO:

Claudio Saltini

Teka Queiroz

ELENCO:

Claudio Saltini

Rodrigo Nasser

Teka Queiroz

FIGURINOS/CENÁRIOS E ADEREÇOS:

Claudio Saltini

Teka Queiroz

TRILHA SONORA:

Claudio Saltini

DURAÇÃO:

55 minutos

FAIXA ETÁRIA RECOMENDADA:

Livre – a partir de 4 anos

TEMA:

Objetos em esquetes circences

CONTEÚDO:

Teatro de Objeto

GÊNERO:

Comédia

MODALIDADE:

Teatro infantil

 

TRAILER

 

HISTÓRICO

O teatro de objetos é uma vertente do teatro de animação que surgiu na década de 80, a partir do encontro dos grupos franceses Vélo Théâtre, Théâtre de Cuisine e Théâtre Manarf. A principal característica do teatro de objetos é a utilização de objetos prontos, deslocados de sua função utilitária, transformados em personagens.

O teatro de objetos é uma forma de expressão teatral que enfatiza o uso de objetos inanimados como elementos centrais da narrativa e da performance. Nessa forma de teatro, os objetos são tratados como personagens, símbolos ou cenários, e são manipulados pelos atores para criar significado e contar histórias. O teatro de objetos pode envolver uma variedade de técnicas, incluindo manipulação direta dos objetos, projeção de vídeo, uso de marionetes e combinação de diferentes mídias.

Essa forma de teatro muitas vezes desafia as convenções tradicionais do teatro, explorando novas maneiras de transmitir ideias e emoções ao público. Pode ser altamente criativo e experimental, permitindo aos artistas explorar o potencial expressivo dos objetos de formas inesperadas e inovadoras.

A Cia Circo de Bonecos inovadora em sua linguagem, tornou-se um expoente do Teatro de Objetos no Brasil. Inspirada em relacionar Teatro de Objetos com clowns, criou Circo de Coisas, um espetáculo inusitado e divertido para toda a família. O olhar particular do clown sobre o objeto permite múltiplas inferências entre significado e significante, possibilitando o surgimento de novas narrativas, que de forma crítica e irreverente reconstrói o universo circense. O palhaço pode usar os objetos de maneiras inesperadas e surpreendentes, transformando sua função original em fonte de humor, estranheza ou beleza.

ESTRÉIA:

2013 – Teatro Alfa Sala B

TEMPORADAS:

2013 – Teatro Alfa (agosto/Setembro)

2014 – SESC Pinheiros (Janeiro/Fevereiro)

2014 – SESC Belenzinho (Novembro/Dezembro)

 

CRÍTICAS

Dib Carneiro Neto
Site Pecinha é a Vovozinha (6 de outubro de 2023)
25º Festival Nacional para Crianças e Jovens de Blumenau (FENATIB)

O que se passou nessa noite, no Auditório Willy Sievert, do Teatro Carlos Gomes, não se descreve em palavras. Nenhum amontoado de vocábulos proparoxítonos seria suficiente para contar a vocês o nível altíssimo de comunicação que se estabeleceu entre artistas e plateia, durante toda a apresentação da paulista Cia. Circos de Bonecos, com seu espetáculo Circo das Coisas. Simpatia, empatia, alegria. Claudio Saltini e Teka Queiroz, manipulando objetos com rigor técnico e criatividade a toda prova, aproveitaram cada reação do público de todas as idades, improvisando e respondendo com a agilidade e a inteligência de quem domina completamente seu ofício. O desfile final dos objetos, como eram os cortejos finais dos circos de antigamente, sempre me faz arrepiar de emoção saudosista. O sucesso dos ovos acrobatas fez história no Fenatib 25, como poucas vezes eu vi acontecer. Que sessão feliz, que força tem o teatro bom, que prazer nos dá o talento. Parabéns, Cia. Circo de Bonecos, voltem sempre. Ah, e obrigado pelo recado final: “Brinque, nunca pare.” Dib Carneiro Neto

 

Dib Carneiro Neto (Revista Crescer – 28/08/2013)
GUIA DA FOLHA DE S. PAULO
VEJA SÃO PAULO

Com pleno domínio da arte de dar vida a formas inanimadas, ‘Circo de Coisas’ encanta o público de todas as idades

A modalidade de teatro de objetos ou de formas inanimadas felizmente já tem grandes representantes no circuito paulistano. Um deles é Claudio Saltini e sua trupe Circo de Bonecos. Ao longos dessa primeira década dos anos 2000, eles já nos encantaram com Circus – A Nova Turnê, Lolo Barnabé, O Voo, Inzoonia, Guarda Zool, Circo de Bonecos (sim, o mesmo nome da cia.) e o premiadíssimo Circo de Pulgas.

A novidade desta vez se chama Circo de Coisas, espetáculo em cartaz na sala B do Teatro Alfa. Mais do mesmo? De certa forma, sim. Mas se esse mesmo é o máximo, por que não? Saltini, melhor ator em 2010 por Circo de Pulgas, continua imbatível em cena. Seu gestual, sua expressão corporal, os olhares, as caretas, enfim, o jeitão, a poesia e a filosofia de um clown conseguem na pele de Claudio Saltini sua mais perfeita tradução. Ele é um craque impagável nessa arte.

Desta vez, seu parceiro em cena é Sandro Gattone, também esbanjando graça e técnica. Um pregador de roupas vira equilibrista na corda bamba, uma rolha de champanhe é o homem-bala, um processador de alimentos se adequa à figura do mágico, ovos e rolhas são acrobatas e assim por diante: os objetos, desta vez, se transformam em artistas de circo!

Mas nada é óbvio. O elemento surpresa é fundamental nesse tipo de espetáculo. Assim, os ovos são ovos crus, mesmo, e se espatifam várias vezes no chão do palco, para mostrar que os acrobatas sofrem acidentes e morrem em cena. Os dois atores-manipuladores, compungidos, promovem até os “enterros” dos acrobatas, com o gesto divertido e simbólico de fazer um balão de gás subir na direção do céu.

Os números coreografados são ótimos. Saltini e Gattone ficam divertidíssimos tentando acertar os passos, com o auxílio de uma trilha sonora sempre muito adequada e bem escolhida. Preste atenção na hilariante cena de striptease de uma banana, ao som da clássica “Jet’Aime, Mois Non Plus”. Os figurinos são clássicos, vistosos e bem elegantes, com destaque para a criatividade dos sapatos. A duração do espetáculo é acertadamente curtíssima, com menos de uma hora – como tudo é dividido em esquetes circenses, anunciadas por placas/cartazes, se fosse um espetáculo mais longo, essa repetição esquemática poderia cansar.

No caprichado programa de Circo de Coisas, duas frases de pensadores célebres explicam a importância de se redistribuírem significados e significantes a objetos corriqueiros do nosso cotidiano: “A imaginação é a faculdade de formar imagens que ultrapassam a realidade (Gaston Bachelard)” e “O significado das coisas não reside nas próprias coisas, mas na nossa atitude relativamente a elas (Antoine de Saint-Exupéry)”. Diante disso, linda e tocante é a cena dos aplausos finais, em que os dois atores de carne e osso pedem palmas para todos os objetos utilizados, um a um, como se trenas, ovos, rolhas e garrafas fossem artistas reverenciando o público com gestos de cabeça. Mas, nesse caso, quem disse que não são? Vamos lá aplaudir?

 

Tatiane Rosset (Veja São Paulo – 02/09/2013)

Lançado em 2010, o último trabalho da Cia. Circo de Bonecos levava o público para assistir a uma apresentação estrelada por uma pulga invisível. Em sua nova peça, Circo de Coisas, a trupe traz um picadeiro no qual alguns objetos, manipulados por Claudio Saltini e Sandro Gattone, tomam o lugar dos artistas. Na montagem sem texto embalada por uma animada trilha sonora, um processador representa o mágico e faz uma cenoura desaparecer. Um macaco hidráulico torna-se um levantador de pesos e os ovos, aqui acrobatas, correm o risco de se estatelar no chão a qualquer momento. Ao juntar humor simples com o competente trabalho dos manipuladores, a peça conquista a simpatia da garotada e provoca genuínas risadas.

 

Tatiane Rosset (Site Pequena Plateia – 09/08/2013)

Fazia tempo que meu coração não pulsava de amor pelo teatro…e eis que a estreia de Circo de Coisas encheu meus olhos e meu coração de alegria ao assistir a este imperdível espetáculo.Nós já tínhamos a referência da Cia Circo de Boneco, de Inzoonia e Circo de Pulgas, que amamos, e posso dizer com certeza que dessa vez eles se superaram. O espetáculo é engraçadíssimo inclusive para os pais. As coisas se transformam em personagens/artistas de circo. Um macaco hidráulico é o homem mais forte do mundo, um processador de alimentos é o mágico, dois ovos são acrobatas – e nessa parte dos ovos eu gargalhava…é sensacional!
A coreografia é impecável e os atores (Claudio Saltini e Sandro Gattone) estão afinadíssimos. Ótima direção de Teka Queiroz.
Para terminar em grande estilo, tive o privilégio de dividir a plateia com Henrique Sitchin, o mago do teatro de bonecos, e ainda consegui dar uma palavrinha com ele nesse grande dia, nessa grande estreia. Perfeito!